Você, C-Level, tem ideia do formato da cadeira mais poderosa da corporação?
:: mapeando a cadeira do CEO ::
Assumir a posição mais relevante da organização exige conhecimentos específicos, competência para os negócios e uma refinada capacidade para ler as entrelinhas do que acontece tanto no ambiente interno (cultura) quanto no segmento de atuação da empresa. Deste modo, perceber o impacto na sociedade e responder com habilidade às demandas. Assim, com esse conjunto de atributos que é inerente ao cargo e com a geração resultados extraordinários, um CEO se consolida na sua posição.
Contudo, isso ainda não é o bastante para ocupar em definitivo o espaço que essa cadeira oferece. Ainda é necessário desenvolver uma característica que surge com o início de um trabalho de mudança de mindset do executivo. Isto é, fazer com que no exercício do cargo ele seja capaz reconhecer e expressar a sua assinatura. Ou seja, que se transmita de modo genuíno a sua marca pessoal como líder e preencha a cadeira a partir do que ele é como ser humano e como executivo. Dessa interação tal qual o artista que cria, lapida e transforma a obra, surge sua atuação única.
Atuando como Executive Coach há mais de duas décadas, frequentemente lido com C-Levels que ao assumirem esta cadeira se tornam pasteurizados. A sua dor em relação à posição é de não serem capaz de impactar como esperavam e não bancarem suas próprias ideias sendo então condicionados a manter um discurso que nem sempre é o que de fato eles acreditam. Inúmeras vezes os executivos simplesmente não conseguem articular uma mensagem que impulsione a organização, presos a elementos da cultura, e com receio de eventuais rupturas.
Como já mencionei no artigo que escrevi em 2019, “O universo do CEO - o aqui e agora¹”, “na prática, é importante deixar de lado o aspiracional – ou seja o líder dos livros - e fazer conexões entre o seu próprio estilo e a cultura da organização”.
Nesse exercício de reflexão você deve se perguntar se está realmente preparado (ou se preparando) para encarar o desafio e correr os riscos que estão implícitos ao cargo:
Que tipo de líderes as pessoas costumam lembrar? Que características você expressa na sua forma de liderar? Que contribuição só você pode fazer?
Se você não consegue responder a última pergunta talvez ainda não tenha consciência do que pode realmente agregar nessa posição e quanto mais rápido descobrir mais forte será sua atuação.
Alguns dos maiores líderes de destaque do mundo em todas as épocas, independente de agradar ou não a todos com a sua postura, sempre expressaram claramente o seu modo de liderar. Menciono aqui figuras como Steve Jobs, Bill Gates, Elon Musk. Ou mesmo figuras históricas como Nelson Mandela, Mahatma Gandhi, Napoleão Bonaparte, Alexandre, o grande. Todos têm algo em comum: sempre expressaram com clareza a sua forma de liderar. Foram capazes de bancar os riscos que corriam e mantiveram a personalidade que os distingue dos demais.
No caso de Steve Jobs, citado em diversas biografias, documentários e filmes, fica evidente que embora fosse um visionário e inspirador, simbolizava também insistência e austeridade como líder. Mesmo sendo um dos CEO’s mais controversos, jamais deixou de ser admirado. Conseguiu unir toda a sua capacidade técnica com a sua identidade pessoal.
Para ocupar o espaço da cadeira de CEO não há um protocolo específico. É importante que racionalmente os C-Levels estejam cada vez mais preparados para lidar com esse assunto. Essa forma de liderar que é a sua é o elemento que pode ajudá-lo a motivar as equipes e indivíduos a irem além dos objetivos e vincular suas crenças a um só propósito de desenvolvimento da organização.
Como você responderia ao convite para ocupar essa posição?
Como você imprime sua “marca” no que faz?
O que essa “marca” diz sobre você?
Se você deseja saber mais sobre o tema leia no meu blog outros artigos onde falo o universo do CEO.
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Jorge Dornelles de Oliveira
Abril de 2021
