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As relações como veículos da transformação cultural (Transformação Cultural III)

(Mapeando a cadeira do CEO)

Tirar uma fotografia da real estratégia da organização abriu inúmeras perspectivas e ao mesmo tempo demonstrou varias realidades. De um lado, o legado de uma cultura que vem sendo transmitida de CEO para CEO, enquanto na linha de produção, os colaboradores falam uma linguagem totalmente diferente daquela praticada pelos gestores, e o board e os stakeholders impõem cada vez mais metas desafiadoras e resultados quase fictícios.

Nesse cenário hipotético, vivido no clima do mundo VUCA, a transformação já está em curso, e terá apenas um local para ser efetivada: as relações entre os colaboradores e seus times, uma vez que a alma da empresa se estabelece quando as pessoas estão trabalhando lado a lado pelo propósito da organização. É o lugar que promove o movimento e onde poderão ser estabelecidas as bases de transformação.

O clima de incertezas e volatilidade do mundo VUCA convida às mudanças, e coloca as relações como o principal plano dessa transformação cultural, já que esse vetor é o que carrega os símbolos mais arquetípicos, aqueles que mais necessitam ser renovados nesse momento que atravessamos.

Nesse sentido, voltamos ao arquétipo ou mito que andava esquecido mas que está vivo e anda ressurgindo nas organizações, o único a poder desempenhar um papel importante no agora. Trata-se do arquétipo do Xamã-Malandro, uma espécie de guia que pode nos levar para um lugar diferente daquele que nos parecia reservado, longe dos heróis e patriarcas cultivados pela nossa sociedade, onde os aspectos e impulsos contraditórios podem ser integrados, onde é possível ser mais flexível para quebrar as regras e padrões que nos cristalizaram.

O caminho que ele nos propõe permite olhar para o presente de outra maneira, de uma forma acolhedora para novas experiências, especialmente para aquelas que têm condições de promover trocas e mudanças de atitudes coletivas que nos habilitem a vivenciar essa transformação cultural, através das relações.

A real cultura da empresa vive na forma como os times se relacionam, ou seja, como ocorrem as relações dentro dos times e entre os vários times, terreno onde os heróis e patriarcas travam batalhas entre si e com os seus stakeholders, reproduzindo o ambiente do Game of Thrones. É aí que vive a alma da organização e é nesse local que a transformação cultural tem começo e meio, embora nunca tenha fim. É aqui que se manifesta todo o núcleo potencial da transformação cultural, onde as regras ocultas se escondem, onde os acordos poderão ser repensados e renegociados, onde os padrões são repetidos e a transformação poderá de fato acontecer.

É interessante lembrar que quando falamos em transformação, nos remetemos diretamente aos guardiões da cultura, os patriarcas e seus representantes mais jovens, os heróis, que resistem em promover mudanças. E que entre a cabeça da organização, ou a forma como os que pensam o planejamento, e a realidade prática dos que vivem na linha de frente, existe um universo a ser investigado para que a organização entenda o que faz sentido para aqueles que dela fazem parte.

Os fundadores normalmente falam sobre as grandes vertentes e diretrizes, mas o que pode impactar o negocio verdadeiramente, respondendo às demandas do mundo VUCA, é o que chegou na ponta, é o que é dito nos corredores e bastidores. É o que esta vivo. E o que vai emergir desse dialogo é o que fará a organização manter-se no equilíbrio do movimento, alinhada com o movimento das mudanças reais e necessárias.

As relações são o principal veiculo de transformação cultural, uma vez que estão vivas e em movimento. É a partir delas que devemos tirar uma fotografia real dos processos e criar uma dinâmica capaz de criar passo a passo – in real timing - a transformação on going que todas as organizações precisam vivenciar na atualidade.

A sua organização esta pronta para dar o primeiro passo?

E você, CEO?



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