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Glass Ceiling

É a dimensão invisível que impede o crescimento da carreira das mulheres nas organizações?


:: Executive Coaching::


Por que as mulheres são impedidas de alcançarem as posições mais altas de uma organização? Será que é o “teto de vidro” que dificulta a ascensão das mulheres nas empresas? Como perceber quando o conceito de Glass Ceiling está presente no ambiente organizacional? De que forma avaliar outros aspectos dessa questão pode ser positivo para a tomada de decisões mais profundas sobre a carreira?


Desde que o termo Glass Ceiling, ou teto de vidro, foi usado pela primeira vez, em 1978, ele virou um parâmetro para descrever as experiências e barreiras invisíveis que as mulheres enfrentam nas organizações quando almejam atingir posições no mundo profissional. Entender esse fenômeno é importante para perceber a cultura da organização na qual você atua e os progressos que as mulheres conseguiram conquistar no trabalho ao longo desses anos. Da mesma forma, pode ser um referencial para distinguir o teto de vidro “interno” – criado pela falta de clareza entre desejos pessoais e interesses do establishment.


O quanto a questão de gênero dificulta você, mulher, a ocupar um cargo C-level na empresa?


Embora as empresas sejam obrigadas por lei a oferecer oportunidades iguais, isso nem sempre se manifesta na prática. O estereótipo inconsciente, ou preconceito contra uma pessoa, pode e desempenha um papel em quem é escolhido para receber promoções. Esse viés geralmente funciona contra trabalhadores que são diferentes da população dominante de uma organização devido ao gênero, idade ou etnia. Isso leva ao efeito Glass Ceiling. Creio que no passado esse impedimento que existia para o crescimento profissional das mulheres era ainda mais forte do que é atualmente. Não que isso ainda não ocorra em demasia, contudo, houve um notável progresso. O Glass Ceiling acontece sim, mas acontece com mais rigor para algumas mulheres, em algumas posições.


Mas como assim, só para algumas mulheres? Quero dizer que com o avanço na questão da equidade as mulheres conseguiram ocupar todas as posições possíveis nas organizações. Isso já não é uma novidade no mundo corporativo, e ano após ano vemos mais casos de mulheres que atingem o topo. Mas quando a comparação acontece no nível mais alto, justamente esse grupo de mulheres C-level, fica nítida a questão do teto de vidro. Conforme a mulher começa a subir na hierarquia da organização para a qual trabalha, ela pode perceber que seu progresso profissional diminui. Essa mulher poderia ter atingido o simbólico teto de vidro se colegas de trabalho do sexo masculino com menos qualificações ou menos habilidades estivessem recebendo promoções e aumentos salariais enquanto sua carreira permanecesse estagnada.


Na minha maneira de ver essa questão, para anular o teto de vidro formado por essas barreiras - ou pelo menos quebrá-lo - as organizações precisam fazer mais esforços para eliminar os obstáculos que impedem as mulheres de avançar e promover ambientes de trabalho que permitam trabalhar de forma colaborativa para alcançar seus objetivos. Por outro lado também existe o fato de quanto mais a mulher avança, mais ela pondera o quanto isso vai impactar na vida dela. Essa outra forma de enxergar a situação é relatada constantemente quando trabalho na abordagem de Executive Coaching com mulheres. Ou seja, enquanto para a maioria dos homens não pesa o fato de renunciar à família para seguir ascendendo profissionalmente, para as mulheres, esse tópico é muito relevante.


O quanto você está disposta a aceitar as contrapartidas de assumir um cargo do alto escalão na organização?


A questão familiar é tão importante para as mulheres que muitas optam por seguir outro caminho profissional ao invés de se privarem do convívio familiar para prosseguir a carreira e manterem-se no topo. Posições de mais poder exigem também um nível de dedicação muito alto, por isso, muitas mulheres não querem pagar esse preço. Isso acaba gerando um outro movimento que é a escolha por uma outra forma de atuar. As opções mais comuns são o desligamento da organização ou a busca por uma atividade empreendedora. Quando se observa a questão nessa direção, percebe-se que existe um rompimento do teto de vidro e acontece o que eu chamo de “teto de vidro interno”, pois a barreira está na escolha que cada uma irá avaliar intimamente o quanto vale à pena atravessar.


É considerável ainda observar que todo esse movimento de querer quebrar o Glass Ceiling e alcançar o topo pode gerar um movimento inverso, ou seja, pode potencializar uma pressão de que as mulheres têm que subir a qualquer custo para os mais altos cargos da empresa – assim como acontece com os homens. Pouco se percebe, mas essa é uma situação bastante desagradável, particularmente para as mulheres. Uma situação é entender os parâmetros usados para impedir de verdade as mulheres de conquistem, a sua ascensão profissional, a outra é criar uma ideia de escalada a qualquer custo como diretriz.


O quanto as mulheres estão representadas nos cargos de lideranças das grandes corporações?


Outro fato curioso é que quando existe uma renúncia de uma mulher por essa ascensão corporativa em favor das suas escolhas pessoais, é algo que a organização, digamos, espera que aconteça. Não existe uma frustração nessa negativa. Na maioria das vezes é percebido como algo natural que a mulher “não queira” esse caminho. Fica subentendido na maneira como isso é recebido. Porém, quando é um homem que faz a renúncia de um cargo da alta cúpula por entender toda aquilo que está atribuído à posição é um enorme desgaste para ele, a reação da empresa é de total espanto. E aqui cabe um parêntese, eu atuei em processos de Coaching Executivo com clientes homens que foram preparados pela empresa para assumirem como CEO e que não tinham essa ambição. O trabalho era justamente ajuda-los a entender e aceitar, isto é, trabalhar com esse teto de vidro invertido que empurra os homens para cima mesmo se eles não querem. A estrutura é tão formatada para os homens que é quase impensável que algum deles não tenha essa pretensão de maneira intrínseca.


Para você, como é o fato de que os trabalhos domésticos tradicionalmente recaem mais mulheres do que para homens?


O teto de vidro invertido é raro, mas é cada vez mais comum de presenciar. O fato é que para os homens nunca foi uma questão provocante questionar o seu papel no mundo (no caso, o mundo corporativo). Espera-se sempre que ele tenha essa aspiração, afinal de contas, o que ele vai querer se não esse lugar? Cuidar dos filhos, de afazeres da casa?


Observar esse outro ponto vista também é importante para compreender que em algum momento da carreira, o teto de vidro de mulheres e homens deve passar pelo filtro dos limites internos de cada indivíduo. Reconhecer a nossa natureza, os papeis que nos foram atribuídos culturalmente e as verdadeiras necessidades de cada um é acima de tudo legítimo e vital.


Como você lida com essas barreiras invisíveis na sua jornada profissional?


Se deseja ter apoio de coach profissional para se desenvolver e amadurecer em relação ao assunto, entre em contato: jorge.dornelles.oliveira@ggnconsultoria.com.br Whats app (11) 96396.9951



Jorge Dornelles de Oliveira

Março de 2023









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