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O que as práticas de ESG estão dizendo aos CEOs sobre o presente e o futuro das organizações?

::Business Coach::

Se você acredita que falar de ESG é um apenas um modismo do meio corporativo ou que é coisa de ambientalista como a Greta Thunberg ou do Green Peace, lamento informar, mas a sua visão está restrita demais para um tema tão amplo e necessário para o futuro dos executivos e das organizações nos próximos anos. Para ter uma ideia da relevância desse assunto, na última semana, uma notícia de impacto (que também tem a ver com ESG) veio à tona nas redes sociais e nos noticiários do país. O CEO do Bradesco, durante o fórum BNDES de Direito e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, afirmou que o banco enfrenta nada menos do que 42 mil processos trabalhistas na Justiça e que esse tem sido um desafio para a sua gestão.

Sim, o CEO do Bradesco, o homem que ocupa a cadeira mais importante do segundo maior banco em número de clientes do país e o terceiro em faturamento, está com sérios problemas de governança para lidar. E governança nesse caso pode ser traduzida por meio das questões relacionadas à transparência, responsabilidade, ética, assédio moral, gestão de riscos, conformidade regulatória, independência do conselho de administração e remuneração dos executivos. Em contrapartida, é preciso lembrar que empresas com boas práticas de ESG correm menos riscos de enfrentarem problemas jurídicos, trabalhistas, fraudes e sofrer ações por impactos ao meio ambiente.

O simples recorte na fala do executivo e uma breve análise sobre governança foram suficientes para propor uma reflexão: de que forma você lida com as práticas de ESG na sua organização? Você acredita que impactos de governança quando alinhados com práticas de ESG são capazes de tornar a sua empresa mais sólida? Como a sua organização é capaz de mensurar a reputação por meio das práticas sociais e ambientais que realiza?

Antes de prosseguir com o meu raciocínio, lembremos de alguns casos emblemáticos em que a falta de governança e o distanciamento das práticas de ESG de maneira real foram capazes de implodir a imagem da marca. As vinícolas Aurora, Salton e Garibaldi; e o festival de música Lollapalooza, ambos foram condenados na justiça por atuarem por trabalho escravo ou em condições análogas à escravidão. Já a tradicional varejista Americanas, foi exposta pela descoberta de uma fraude contábil bilionária que resultou em escândalo e pedido de recuperação judicial. Aurora, Salton e Americanas possuíam o controverso selo Great Place to Work (GPTW), ou “melhores lugares para trabalhar”. Mas de que forma eles lidavam com a importância das questões de ESG além das formalidades?

Embora o termo “ESG” tenha feito a sua primeira aparição generalizada no relatório da ONU de 2004, foi apenas no final da década de 2010 e na década de 2020 que o ESG emergiu como um movimento muito mais proativo em vez de reativo.  ESG evoluiu agora para um quadro abrangente que inclui elementos-chave em torno do impacto ambiental e social, bem como a forma como as estruturas de governança que podem ser alteradas para maximizar o bem-estar das partes interessadas. Em outras palavras, mais do que um termo em alta, ESG é utilizado para dizer o quanto um negócio busca formas de minimizar seus impactos e construir um mundo mais justo e responsável para as pessoas em seu entorno, além de manter os melhores processos de administração.

Por que os CEOs precisam se desenvolver nas práticas de ESG? Como isso impacta positivamente nas relações do negócio? De que forma isso se reflete no mercado como um todo?

No esforço para atingir um sistema operacional justo e transparente, as empresas estão se concentrando em práticas éticas, estruturas de governança claras e representação adequada dos direitos dos acionistas. Isto inclui práticas como a implementação de políticas anticorrupção, a manutenção de canais abertos de comunicação com os acionistas e a garantia da diversidade em posições de liderança. Esse conjunto de ações desempenha um papel decisivo na informação das políticas empresariais, das estruturas empresariais e da conformidade regulamentar. São medidas como essas que visam promover a confiança entre investidores, funcionários e outras partes interessadas, o que, por sua vez, influencia a reputação de uma empresa e a avaliação de mercado. Os investidores estão usando cada vez mais os fatores ESG como uma lente crítica nas suas decisões de investimento. Ou seja, não são vistos apenas como considerações éticas, mas como parâmetros que influenciam o risco e o retorno. É como a reputação da organização é avaliada. O ESG não somente influencia as estratégias empresariais e as decisões de investimento, ele está remodelando o panorama empresarial como o conhecemos. 

É preciso apresentar mais um argumento essencial nesse contexto. Marcada por ter nascido e crescido em um ambiente digital, a Geração Z (os nascidos a partir de 1995), são mais ativistas e exigentes em relação à postura social das empresas, motivo pelo qual cobram atitudes mais sustentáveis e comprometidas por parte das marcas que consomem. Esse grupo de indivíduos leva muito em consideração as práticas da organização na hora de decidir o que comprar. Quer dizer, essa geração também vem de berço alinhada com outro tema social altamente relevante no momento, que são os ODS, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que defendem que é necessário levar o mundo a um caminho sustentável com medidas transformadoras.

Na posição de CEO, ou seja, do líder que pensa estrategicamente os rumos dos negócios, não há espaço para ações forjadas, como já mencionei. Ou a organização de fato se compromete com a realização de práticas sustentáveis e sociais ou ela estará fadada à ruína quando a máscara cair. Ações de fachada, as chamadas “greenwashing”, termo em inglês traduzido como “lavagem verde”, que designa as organizações que fingem ser sustentáveis mas na realidade não passam de planos de marketing, são atos arriscados demais para se sustentar, especialmente na era digital em que o patrulhamento é acirrado.

Está cada vez mais evidente que ESG não é mais um aspecto periférico do mundo empresarial. Em vez disso, é um componente integral de estratégias de negócios bem-sucedidas, decisões de investimento e do cenário corporativo mais amplo. É isso que está mudando a nossa compreensão da responsabilização e responsabilidade corporativa, levando as empresas a serem mais transparentes, equitativas e sustentáveis.

De que forma você está preparado para compreender e incorporar estes princípios na sua organização? Como você enxerga as oportunidades de impulsionar mudanças, criar valores e construir um mundo mais sustentável para todos? Qual é o seu papel nesse cenário?

Se deseja ter apoio de Bussines Coach profissional entre em contato: jorge.dornelles.oliveira@ggnconsultoria.com.br Whats app (11) 96396.9951

Jorge Dornelles de Oliveira

Novembro de 2023

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