Quando doer, exclua, quando incomodar evite, quando chatear, ignore, quando te fizer mal, saia de perto. Não podemos mudar as pessoas mas podemos gerenciar a nossa vida (post encontrado no Facebook).
Sim, evite, ignore, saia de perto, mas só exclua depois de entender porque alguém que é tóxico te faz mal. Se depois de compreender ou ter uma pista de porque isso acontece e ainda não for possível mantê-la por perto, se afaste conscientemente. Você tem todo o direito de recusar as relações tóxicas ou aquela determinada pessoa que insiste em cultivar uma interação quase doentia e convenhamos, o momento atual tem sido um convite aos cancelamentos pessoais e profissionais.
Será que não andamos exagerando?
O que esse exagero tem a nos dizer?
Qual é ou quais são os seus limites para lidar com alguém tóxico, no dia a dia?
Outro dia fiquei assustado com a reação calorosa a um post com os dizeres acima e que demonstrou uma predisposição ao cancelamento, esse que anda mobilizando quase 100% dos usuários das redes sociais. A intenção aqui não é provocar radicalismos, nem constatar essa tendência à polaridade ou ao maniqueísmo, embora venha sentindo muita gente conectada com isso.
O objetivo é refletir sobre toxicidade gerada não apenas virtualmente mas também na interação com os outros, especialmente com aqueles com os quais convivemos mais de perto. A questão é descobrir qual é seu turning point com relação a alguém que anda te fazendo extremamente mal e de que maneira evitar, ignorar ou mesmo cortar essa pessoa/relação da sua vida. Mas não sem antes olhar com um pouco mais de atenção para o que interessa.
Às vezes percebemos que algo não vai bem e não entendemos muito bem o que é, suspeitamos que não é algo que necessariamente pertence a você ou ao outro, mas que está implícito num determinado relacionamento, que vibra numa frequência não saudável e que às vezes leva muito tempo para a gente se dar conta. Por outras vezes, essa percepção é instantânea.
Algumas correntes da psicologia enfatizam que quando julgamos alguém tóxico, normalmente é porque vemos alguma coisa que nos incomoda ou que rejeitamos em nós mesmos, ao espelharmos essa questão de forma inconsciente.
Você pode alegar que prefere ignorar aquele colega de trabalho nocivo e tóxico para o ambiente, ou aquele seu amigo que você julgava próximo mas que de repente surtou e anda distribuindo péssimas energias.
Longe de mim pedir que, a exemplo de nós coaches ou outros profissionais que lidam com o ser humano, você desenvolva a empatia que “não é sentir pelo outro, mas sentir com o outro. É quando a gente lê o roteiro de outra vida. É ser ator em outro palco. E compreender. E não dizer “eu sei como você se sente”. É quando a gente não diminui a dor do outro. É descer ate o fundo do poço e fazer companhia para quem precisa. Não é ser heroi, é ser amigo”.* E que implica em trabalhar a capacidade de se colocar junto do outro, ao invés de se deixar levar por sentimentos mais espontâneos como a simpatia ou a antipatia ( que são a forma mais primitiva e de proteção do ser humano).
Pode ser que você resolva partir para o cancelamento de uma vez como uma consultora de renome e com uma larga experiência, com a qual trabalhei, que uma vez me confidenciou que não iria conviver com uma colega na empresa que prestava serviços, porque preferia “não correr o risco de aumentar seu carma negativo”; ela simplesmente preferia eliminar qualquer possibilidade de ter que conviver com essa pessoa. Algumas correntes espirituais, entre elas, o budismo, entendem que nos encontramos com pessoas para dissolver ou viver situações que geram carma. Portanto, é uma decisão sensata o afastamento quando se sente a possiblidade de gerar carma negativo, ou seja, quando não se está pronto para lidar com a situação.
Como desenvolver uma consciência a respeito dessa relação que você considera tóxica e aí sim deliberar sobre o que fazer com ela?
Considero que cada um é livre para tomar decisões nesse nível mas que para chegar lá é preciso trilhar um caminho de entendimento. Não é suficiente ficar repetindo para si mesmo, quero ou não quero, gosto, não gosto. Cancelo sim, e dai?
Investigar as relações doentias do estilo agressor-agredido, dominador-dominado, pode ser bastante ilustrativo para que você aprenda um pouco mais de você mesmo, para que entenda as sutilezas dos seus afetos e emoções. E até mesmo para que, de fato, compreenda que o melhor a fazer para a sua própria sanidade mental é abandonar essa luta “inglória” que não vai te levar a lugar algum.
Olhar para as rusgas, conflitos ou repulsas e perceber o que vem à tona com essas situações - não negando a sua existência -, pode abrir caminho para que você simplesmente chegue à conclusão de que a ruptura é inevitável, que não há mesmo outro jeito de conviver com essa pessoa tóxica a não ser ignorando-a ou a excluindo do seu convívio, permanentemente. Sim como diz o post do Facebook: Não podemos mudar as pessoas mas podemos gerenciar a nossa vida. Esse processo, no entanto, deve ser cumprido de forma consciente, não apenas reagindo automaticamente e apertando a tecla delete.
Que tal se fazer algumas perguntas antes de decidir?
O que essa relação mobiliza em mim?
O que é meu?
O que é do outro?
O que precisaria mudar para que a relação se torne não tóxica?
Eu quero/ posso investir energia, nessa mudança?
*O Livro dos Ressignificados – João Doederlein (@akapoeta)
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