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O Medo de Enfrentar a Vida: Uma Reflexão Necessária Sobre Ser Adulto no Século 21

  • Foto do escritor: jorgedoliveira
    jorgedoliveira
  • 22 de jul.
  • 3 min de leitura

Enfrentar a vida sempre exigiu coragem, mas talvez nunca tenha parecido tão difícil como agora. Ser adulto, no sentido mais profundo da palavra, é desenvolver a capacidade de lidar com os perigos inerentes à existência. É confiar que se pode cuidar de si mesmo, proteger o que se ama, assumir responsabilidades e tomar decisões diante da incerteza. Essa autoconfiança, idealmente, nasce na infância  quando experimentamos a sensação de que o mundo é um lugar bom, habitável e justo. No entanto, nem sempre essa equação se confirma na vida adulta.


Tenho observado, em minha prática como coach, uma espécie de "medo de viver" se alastrando entre adultos e jovens. Um medo silencioso, disfarçado de racionalidade, planejamento excessivo ou busca incessante por diagnósticos. Muitos jovens, com quem converso pelas redes sociais, ainda que não os atenda diretamente, expressam esse desconforto existencial, procurando nomes e explicações para aquilo que sentem: TDHA, depressão, ansiedade. Às vezes são autodiagnósticos; outras vezes diagnósticos confirmados por profissionais que entregam uma receita, mas não um caminho de compreensão.


A pandemia, sem dúvida, escancarou essa fragilidade. Mesmo os países e indivíduos mais poderosos foram pegos desprevenidos. Vimos líderes titubeando, sistemas colapsando e, principalmente, nossos "referenciais de segurança", pais, avós, instituições, vacilando. Para muitos jovens, foi como olhar por cima do muro e perceber que o mundo adulto não era tão confiável quanto prometeram. Isso gerou uma ruptura simbólica: a percepção de que os adultos não têm todas as respostas, e o sistema não é tão seguro quanto parecia.


Essa sensação se amplia quando os acordos civilizatórios parecem se desfazer: violência urbana banalizada, regras sociais ignoradas, direitos humanos desrespeitados, guerras invadindo nossos noticiários como rotina. Quando o celular não pode ser usado na rua, quando não sabemos mais diferenciar quem protege e quem ameaça, vivemos um colapso simbólico da confiança coletiva.


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A consequência disso é um sentimento difuso de que viver é perigoso demais. E, para muitos, é mais fácil evitar do que enfrentar. Viver com medo mina a capacidade de criar, se arriscar e amadurecer. Mas há uma saída. E ela começa pelo reconhecimento. Sim, algo mudou, e isso nos impacta. Em seguida, vem a pergunta essencial: qual é a minha responsabilidade nisso? Como posso, como adulto, contribuir para reconstruir os acordos que sustentam a vida em sociedade? Como posso apoiar os mais jovens sem patologizá-los, mas desafiando-os a viver plenamente?


A maturidade nasce quando deixamos de esperar segurança do mundo externo e a cultivamos dentro de nós. E talvez esse seja o desafio da nossa geração. Não apenas amadurecer individualmente, mas participar ativamente da regeneração de um mundo onde viver volte a ser possível e desejável. O medo de viver não é fraqueza. É um sinal. E talvez seja justamente ele que esteja nos chamando a agir com mais lucidez, coragem e presença no mundo.


Como você lida com os desafios e perigos de existir? Existe algum momento específico em que o medo ou a insegurança faz com que você hesite ou evite tomar as rédeas da sua vida? Se sim, como você costuma reagir diante dessas situações?

 

Me chamo Jorge Dornelles de Oliveira e, ao longo de mais de 25 anos dedicados ao coaching, acumulei mais de 7.000 horas ajudando pessoas a se desenvolverem em questões profundas como essa. Se quer explorar novas perspectivas e transformar esse tema em crescimento, meu WhatsApp (11) 97675-3380 está aberto para uma conversa sem compromisso.

 

Jorge Dornelles de Oliveira

Julho de 2025

 

 

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