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Aprendendo com a diversidade

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Lidar com a diversidade cotidianamente nem sempre é um processo natural. Pode exigir um movimento interno de superação que requer o reconhecimento e o desenvolvimento de emoções e atitudes que levem à aceitação do outro, e possivelmente, a uma convivência de aprendizagem mútua.

Primeiro é preciso reconhecer que a pessoa em questão, aquela que nos apresenta esse desafio, nos provoca uma reação instintiva e geralmente disfuncional em relação à essa diferença. Ela causa medo e é esse temor que precisa ser investigado internamente. O que é que ela aciona em mim que eu estou evitando ver ou sentir? Se eu tiver mais claros os motivos que me afastam dessa pessoa, e puder identificar crenças ou preconceitos que surgem a partir dessa convivência, poderei localizar o ponto para dar o start nesse meu processo de superação e evolução.

Na grande maioria das vezes os medos irracionais nos cegam ou impedem que tenhamos a confiança necessária para nos abrirmos ao novo --, qualquer que seja ele, uma situação, ou alguém em carne e osso. Pode ser que você esteja simplesmente receoso de ofender ou causar situações constrangedoras. É o que faz os líderes não darem feedbacks ou se omitirem, por exemplo, o que acaba se constituindo no mote de inúmeros conflitos.

Ocorre ainda de permitirmos que o temor avance pelo terreno da intolerância com manifestações declaradas por essa via. Nos sentimos de alguma forma superiores e julgamos que o outro, por estar cometendo algo errado – ao nosso ver --, é, por esse motivo, menos digno. Nesse sentido, é importante analisar quais são os julgamentos que estamos fazendo e em que bases eles estão se apoiando.

Lembra-se do comportamento de manada? Ao invés de acompanharmos o senso comum, quase sempre menos acurado, deveríamos escapar do que seria o comportamento "óbvio" do grupo. Cada qual sabe ou pelo menos tem uma ideia de qual é o seu limite e é melhor que essa investigação seja feita no contexto das razões que levam essa determinada relação ( e suas implicações) a nos causar desconforto. A pergunta que devemos nos fazer seria: como podemos trabalhar juntos sem que haja atritos ou conflitos?

O objetivo dessa avaliação interna é chegar a um estágio em que eu possa não apenas aceitar o outro, me colocando na sua perspectiva, ou seja, vestindo os seus sapatos, como se diz, mas também atingir a maturidade suficiente para aprender com ele.

Como isso ressoa em você ?

Compreender que a perspectiva do outro também é válida ou bem-intencionada, no contexto dele, cria a possibilidade de que vocês possam trabalhar lado-a-lado contribuindo um com o outro. Ao mesmo tempo permite que a diferença se torne uma oportunidade valiosíssima para explorar novas ideias e modos de aprendizagem. Ou seja, a diferença pode se constituir num importante fator ou impulsionador de mudança.

Consegue pensar em algum caso que tenha testemunhado ou alguma experiência que passou perto desse tipo de aprendizado?

Batizado de escada da consciência da diversidade, desenvolvida por David Clutterbuck*, este processo requer passar por estágios transitórios de medo, desconfiança, tolerância, aceitação e apreciação. São cinco etapas que fornecem uma base prática para que seja avaliado o nível de maturidade da diversidade dentro das organizações.

Além de proporcionar um método de autoconhecimento interno, o propósito da escada é fazer com que os indivíduos consigam galgar os degraus em direção a essa abordagem de aprendizagem que pressupõe evoluir o nível de maturidade, conforme o curso da convivência, e aprender a lidar, de fato, com aquilo que é diferente. E não só isso. Aprender com o processo individualmente, ao mesmo tempo em que se convive com o grupo, representa também uma oportunidade de criar e cultivar uma comunidade saudável e inclusiva no que diz respeito à todas as diferenças encontradas no ambiente profissional.

A intenção é fazer com que os profissionais e facilitadores desenvolvam um tipo de conversa em que possam explorar as suas percepções, e aquilo que incomoda, de forma que alcancem níveis mais altos de conscientização. Quanto mais maduro o indivíduo estiver em seu processo de aprendizagem, maior será a chance de ter-se liberado daquilo que o impedia de ver, reconhecer, e aprender com outro, e de realizar trocas verdadeiras que acrescentem ao seu dia a dia.

O que acha de começar a subir essa escada?

Mais informações

* Coach e Mentor Coach da Coaching and Mentoring International, responsável pelo “The Diversity Awareness Ladder”e autor de mais de 70 livros sobre Coaching, Mentoring e Liderança <https://davidclutterbuckpartnership.com/>



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