Cuidado, o excesso de informações que seu coachee recebe sobre ele mesmo pode paralisá-lo
: : Reflexões sobre coaching : :
A necessidade de entender quem é e o que pode vir a ser cada um dos talentos dentro das organizações parece ser fundamental para a gestão dos recursos ou Pessoas, como se diz mais modernamente. Para os responsáveis pelas áreas de desenvolvimento, pesquisas e assessements ajudam a definir as linhas de atuação e desenvolvimento dos diferentes grupos e em consequência dos indivíduos. Ops!! Neste ponto é onde podem surgir alguns problemas.
A escolha errada dos instrumentos, o momento e o seu uso posterior, pode causar nas pessoas uma congestão de informações, em muitas organizações, ao invés de trazer os resultados esperados. E isso aparece claramente quando trabalhamos com coaching executivo.
É muito frequente que o cliente seja encaminhado a partir de algo que foi detectado ou até mesmo com temas sugeridos a partir dos instrumentos. É comum também que o coaching aconteça ao final de uma série de assessments, às vezes dois ou três, combinados com outros programas de desenvolvimento ou intervenções, que demonstram para as organizações como seus gestores e colaboradores funcionam, que tipo de competência ou inteligência têm para oferecer, mas que pela natureza dos processos acabam sempre no diagnostico ou ampliação de consciência.
O que pode ser muito bom para o autoconhecimento, mas que não se traduz em novas formas de impactar o mundo - em meu ponto de vista só alimenta o intelecto, ou seja, sem ação não existe aprendizado real. Para os processos de coaching é mais interessante que o cliente perceba qual o impacto que ele causa no ambiente e isto acontece na ação.
Os assessments generosos em termos de ofertas de informações para os clientes podem se tornar inadequados e gerar uma infodemia porque distanciam o cliente de se ver contextualizado em seu ambiente, explorando um tema que foi selecionado a partir de um recorte específico relacionado à sua questão.
Imagine uma ampulheta e considere o O Pensar / Razão como a parte superior, O Sentir/ Emoção, como funil que liga as duas esferas, e o Querer/Agir com a parte inferior. A infodemia segura toda a areia na esfera superior; quanto mais fino for o canal de comunicação com a parte inferior mais lento é o processo de passagem da areia. E em nossa metáfora, mais lenta será a transformação desses estímulos intelectuais em ações práticas que levem à mudança. As informações oriundas dos assessements chegam de fora e quanto menos sentido e congruência o cliente percebe, mais difícil e sua transposição para a ação.
Reflita comigo :
Como você pode apoiar seus clientes a tornarem essa ampulheta mais fluida?
Como desafia-los a fazer o balanço ou congruência entre a racional e emocional?
Como sair de um querer “querer” para a ação?
Quanto a necessidade de assessments e referencias teóricas afetam sua prática?
Como seria entrar em uma sessão como numa página em branco e atuar somente com perguntas?
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