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O numinoso em coaching


Sabe aquele momento em que o joelho se dobra diante de alguma coisa que é mais forte do que nós? Essa experiência arrebatadora, de entrar em contato com alguma coisa mais poderosa do que nós, é mais frequente do que imaginamos. É o sagrado se fazendo presente em nosso dia a dia e nos deixando maravilhados e perplexos.

Você já vivenciou isso numa sessão de coaching?

Descrito pela primeira vez pelo teólogo e filósofo Rodolf Otto, em 1917, o numinoso ocorre quando entramos em contato com o que é divino, com aquilo que está muito além da nossa compreensão racional. O conceito vem sendo explorado por inúmeros pensadores de diferentes linhas e abordagens. Para Jung, por exemplo, ele foi associado com a sua teoria do inconsciente coletivo, sendo os arquétipos os principais elementos numinosos.

Embora tenha sido definido por Otto, o numinoso é percebido e perseguido pela humanidade desdes os seus primórdios. É a principal busca das práticas religiosas em diferentes culturas, sendo abordado por todas as correntes esotéricas, além de constituir-se no ápice da meditação ou do autoconhecimento, mysterium tremendum et fascinans, segundo o filósofo Otto. Para ele o divino apresenta-se como um mistério que aterroriza, angustia e, ao mesmo tempo, cativa e seduz.

Já algumas teorias modernas como a psicologia positiva, encontraram um paralelo na experiência de flow para explicar que o sagrado é alcançado sempre que uma pessoa consegue estar totalmente presente naquilo que está fazendo, ou seja, sempre que a sua capacidade de concentração permite que ela permaneça imersa numa determinada atividade. É aí que o divino começa a dar seu sinal de existência.

Em coaching, a experiência também é extremamente rica e profunda. É o momento em que o cliente alcança a comunhão entre mente, corpo e alma, e de repente alcança outro nível de percepção, sendo “premiado” com uma revelação em seu processo. É quando ele tem um insight mais importante do que os que normalmente ocorrem, se iluminando por inteiro.

É importante estarmos atentos para esses raros instantes que podem valer por inúmeras sessões, representando ganhos incalculáveis para os clientes. A exemplo dos insights que podem mudar sua trajetória, e que podem ser construídos junto com eles, (https://www.jorgedornellesdeoliveira.com/single-post/2018/12/18/O-coach-como-ca%C3%A7ador-de-insights), esse momento sagrado pode abrir uma nova perspectiva para a vida dele, e em consequência, também para o processo de coaching.

Reconhecer esse fenômeno pode ser uma ferramenta importante para o processo de coaching. É o ponto alto do processo e significa que ambos, profissional e cliente atingiram uma conexão única. Afinal, o fato de o coach fazer a contenção de todo o processo, permitiu que essa experiência numinosa fosse possível, levando o cliente a ter o seu momento de dobrar os joelhos e admirar-se com a sua descoberta.

Vamos prestar mais atenção e dar vazão ao numinoso em nossas sessões?


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