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Não julgar(ás)


Se você é coach e ao longo de sua trajetória participou de algum treinamento ou acordo em grupo, certamente já ouviu o mandamento “não julgaremos”.

Essas verdades que surgem sem serem discutidas em momento algum, tendem a ser fakes. Vamos olhar mais de perto para isso? Me acompanhe até o final.

Cada vez mais pessoas têm pronunciado o “não julgarás” sem avaliar o que a expressão pode representar em coaching. Há quem peça suavemente que a gente “suspenda o julgamento”, como se fosse possível fazer uma pausa nesse sentido.

Na realidade, essa premissa é falsa e impede o uso de outros recursos disponíveis no processo. É impossível não julgar o cliente ou quem quer que seja.

Mas vamos lá. Não tenha pressa em julgar esse artigo e condenar essa ideia. Uma coisa, aliás, é ouvir, julgar e condenar. Outra coisa é formar juízo a respeito de algo ou de alguém e decidir a partir dessa consideração.

Desenvolver juízos equilibrados e confiáveis a respeito de assuntos e pessoas é uma habilidade rara no mundo de hoje -- que contribui para a qualidade da interação das relações --, e está diretamente relacionada com a capacidade de assumirmos o ato de julgar.

É o julgamento que nos permite tomar as decisões do dia a dia, desde decidir se vamos ou não atravessar a rua, até mudar de profissão, terminar um casamento ou continuar exatamente onde estamos.

Em geral, o julgamento está associado à uma intuição que nos atinge tão rápido quanto o peso de termos cometido essa ‘fraqueza’ de julgar, fazendo com que a gente mande tudo embora mais rapidamente do que veio. E aí está o X da questão: quando eu nego o julgamento, eu corro o risco de desperdiçar descobertas importantes.

Você costuma abrir mão da sua intuição, no processo de coaching, ou na vida, em nome do não julgar?

Como isso funciona para você?

Como dosar o julgamento para que ele resulte numa formação de juízo equilibrada com a intuição e não descambe para o não julgar(ás), simplesmente?

Segundo Rudolf Steiner, filósofo austríaco, o julgamento ou os juízos prontos devem ser evitados a qualquer preço já que obviamente eles nos impedem de analisar mais profundamente uma situação com os nossos próprios olhos e considerações (formações de juízo).

Trata-se então de criar as condições para que o juízo possa ser formado, valendo-se do conhecimento a respeito de algo ou de alguém, das técnicas do processo (em coaching) e da nossa caríssima intuição.

Sim, porque é ela que pode temperar a formação de juízo a favor dos nossos clientes, num processo mais maduro da atividade. Esse é com certeza, um dos aspectos mais importantes da arte de se fazer coaching.

E aí, você já se sente capaz de abandonar o não julgar(ás) e utilizar a sua intuição na formação de um juízo?


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