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Os impactos de um Coach da geração Boomer ou um ‘Earlier X’ com executivos das das gerações X e Y?

:: reflexões sobre coaching ::


Gerações que trabalham lado a lado têm aspirações diferentes sobre várias questões no local de trabalho, desde o estilo de gestão até a cultura, o impacto e desenvolvimento profissional. De acordo com um estudo da Barclays UK, de 2020, as forças de trabalho no mundo hoje são predominantemente compostas por 35% de Millenials, 35% Geração X, 24% Geração Z e 6% Boomers. Essa informação se torna relevante quando é observada no campo prático, pois entre os desafios mais comuns estão as diferentes motivações, expectativas que divergem e a visão sobre o trabalho. Considerando que a maioria dos Coaches de Executivos são da Geração dos Boomers, nascidos entre os anos de 1946 e 1964; ou são o que eu chamo de Earlier X (pessoas da geração X que nasceram quase na fronteira com a geração dos Boomers), portanto também indivíduos mais sêniores, a questão é: qual é o impacto de Coaches dessas gerações ao lidar com executivos das gerações X e Y (Millenials), nascidos entre 1965 e 1980; e 1981 e 1996, respectivamente?


Que tipo de conflito pode acontecer quando esse choque de gerações se encontra? Como se preparar para atuar com uma dessas diferentes gerações que se misturam nas organizações? De que forma você lida com as armadilhas mais comuns nessas abordagens e como evitá-las?


Antes de abordar as particularidades desse assunto, preciso mencionar as características que moldam cada uma dessas gerações. Entendê-las será fundamental para que o processo evolua. Os Baby Boomers (ou Boomers) são essencialmente indivíduos motivados por dinheiro, títulos e reconhecimento. Eles fazem parte da geração que aspira construir um legado, que é leal à empresa, que espera se aposentar e que tem como referência o escritório. Costumam ser conservadores, possuem valores familiares, prezam pela estabilidade e são formados por uma educação rígida e tradicional. Já os indivíduos que compõe a geração X são pessoas mais céticas, independentes e buscam um equilíbrio entre o estilo de vida e o trabalho. Suas principais motivações são liberdade, flexibilidade, informalidade no seu modo de ser e de se vestir. Expressam frequentemente a busca por seus direitos e por gerações futuras.


Os indivíduos da geração Y (ou Millenials, como também são conhecidos), são marcados por terem nascidos no mundo já globalizado e por serem familiarizados com a era da internet e dos avanços na comunicação em rede. Suas principais motivações são a busca pelo trabalho com significado. Para os Millenials o trabalho deve ser um lugar divertido. Eles trabalham melhor em equipes do que sozinhos. São totalmente exigentes com sua formação como são como as empresas que desejam trabalhar. De modo geral, também são avessos aos trabalhos mecânicos. A geração Z (zapear), nascida 100% no ambiente digital tem como característica ser altamente tolerante, sedenta pelas questões de responsabilidade social, ativistas da diversidade, da tolerância e do desapego por bens. São conhecidos também por sua necessidade absoluta de expressar a sua opinião e de serem ouvidos.


Atualmente todas essas gerações possuem papéis destacados nas organizações e volta e meia eles são colocados frente a frente com Coaches que carregam todas as características pertinentes a sua geração. De modo geral, as gerações mais novas acreditam que as mais maduras são obsoletas (ou cringe, como dizem os mais novos). Em contrapartida, as gerações maduras consideram as demais como arrogantes.


Dessa forma, como você Coach cria uma zona neutra de valor para diálogo e de modo a impedir o choque de gerações aconteça? Como gerenciar essa relação entre você e o seu cliente no processo de coaching?


O primeiro passo é ter em mente que como em qualquer outra situação de coaching, o autoconhecimento permitirá que você tenha a distância necessária para ouvir as necessidades do cliente. Qualquer julgamento de valor sobre o indivíduo ou qualquer estereótipo precisa ser excluído da abordagem. Só assim será possível que seus clientes façam uso construtivo da diferença e estabeleçam uma aproximação positiva com você. Os coaches de ambas as gerações precisam ser honestos consigo mesmos sobre como sua formação geracional pessoal influencia seus valores e atitudes e como isso influencia seus preconceitos. Esse elemento para que você se comunique de forma eficaz.


Quando você atua com um executivo que é de uma geração mais nova do que a sua, quais são os pontos mais sensíveis a se abordar?


Outro aspecto importante é não demonstrar falta de interesse em conhecer os valores de cada geração. Vise sempre compartilhar percepções e buscar pontos em comum. Saber motivar as gerações ajudará você a desenvolver estratégias para motivar e engajar com sucesso os indivíduos de cada geração. De maneira geral, os Millennials preferem trabalhar com um coach que atue com um viés mentoring; enquanto os Boomers procuram um coach com características mais tradicionais, ou seja, que demonstram ser sinceros, diretos e consistentes. Isso significa que você deve entender a mentalidade de cada cliente e ajustar seu estilo de acordo.


Compartilhar conhecimentos é algo que deve ser trabalhado durante o processo. Você como Coach deve criar estratégias para promover a consonância das gerações. Você pode ajudar um cliente geração X, por exemplo, a ter uma visão de como ele se relaciona com a alta administração, examinar as atitudes que fundamentam as percepções e fazer boas escolhas sobre o que precisa mudar. Em particular, os indivíduos da geração X podem aproveitar as oportunidades, mas não sabem como construir e mobilizar uma rede de apoio para ajudá-los a buscar essas oportunidades com sucesso. Para os Boomers, as diferenças são especialmente desagradáveis por causa do sentimento implícito de superioridade que muitos Boomers mantêm em relação a seus colegas juniores. O seu papel, portanto, é ajudar a trazer à tona essas tensões e trabalhar os clientes racionalmente para superarem situações como essas.


A armadilha no entanto é que ao lidar com as gerações anteriores haja uma tendência de criar uma relação de pai/ filho ou de chefe/subordinado. Isso pode ocasionar em uma espécie de rejeição pelas gerações mais novas. Ou mesmo ser visto como uma transferência (quando ocorre uma projeção de conteúdos inconscientes positivos ou negativos no outro) ou na contratransferência é o inverso, quando o profissional que faz transferências ou projeções para o seu cliente. Essa atitude pode comprometer o processo. Fique atento!


Quais são as oportunidades que podem surgir com a sinergia geracional?


Ao desenvolver a potencialidade dos indivíduos criando ligação, respeito e identificação, a tendência é que eles se tornem mais complacentes. O fio condutor que une todos no que diz respeito à lealdade e motivação é a apreciação. É necessário que você tenha (ou adquira) consciência do quanto essa interação é capaz de solucionar os conflitos de geração. Através de perguntas chave você será capaz de estimular o diálogo e de fortalecer a relação. As diferenças podem inclusive se tornar uma fonte de inovação quando direcionadas e gerenciadas da maneira certa. Ou seja, pode ser tornar um canal de inovação para ambos.


Para você, qual é o maior desafio de lidar com as novas gerações? Que estratégias você tem adotado para trabalhar com indivíduos das gerações X e Y? De que forma você tem promovido uma cultura mais positiva em meio a expectativas conflitantes?

Se você deseja saber mais sobre o assunto leia no meu blog outros artigos sobre o tema. Se deseja ter apoio de coach e supervisor profissional para se desenvolver e amadurecer neste tema, entre em contato:


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Jorge Dornelles de Oliveira

Agosto de 2022

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