Como o reconhecimento de seus padrões mentais pode impactar as escolhas que você faz e os resultados que você alcança na carreira?
Padrões mentais são formas de pensar, sentir e agir que se repetem ao longo da vida. Eles são criados pelo cérebro e moldam a forma como enxergamos o mundo, as pessoas e as oportunidades. Esses padrões são formados a partir da repetição de situações, pensamentos e sentimentos. Eles podem ser influenciados por ensinamentos da infância, reprodução de modelos que não são nossos ou por medo. Assim, padrões mentais podem afetar vários aspectos da vida como as relações, o comportamento e a carreira profissional. Reconhecer nossos padrões mentais é fundamental para a compreensão de como pensamos e agimos.
De acordo com a psicologia cognitiva, muitas de nossas ações cotidianas são guiadas por processos automáticos que economizam energia mental. No entanto, esses padrões podem levar a escolhas disfuncionais ou indesejadas. Ao tomar consciência delas, podemos substituir respostas automáticas por decisões mais conscientes e alinhadas com nossos objetivos. Para o psicólogo americano Carl Rogers, que compartilha estudos na mesma temática, a importância do autoconhecimento é o caminho para o desenvolvimento pessoal. Ele enfatiza que reconhecer nossos padrões mentais nos ajuda a identificar limites, comportamentos automáticos e reações emocionais repetitivas que podem estar impedindo nosso crescimento ou bem-estar.
De que forma os padrões mentais já interferiram no seu desempenho profissional ou na tomada de decisões no ambiente de trabalho? Qual foi a sua reação?
Recentemente li o livro "Pensamento Eficaz" de Shane Parrish (2024), obra recomendada para quem quer melhorar a capacidade de raciocínio e desenvolver tomada de decisões mais assertivas. O autor explora de forma aprofundada como as pessoas podem melhorar sua capacidade de pensamento crítico e tomar decisões mais certeiras em suas vidas. Uma das abordagens principais do autor é a identificação e compreensão de quatro grandes padrões que influenciam nosso pensamento e comportamento: o Padrão das Emoções, o Padrão do Ego, o Padrão Social e o Padrão da Inércia. Todos esses temas coincidem com os temas de coaching executivo, portanto, há muitas relações e ensinamentos para extrair e compartilhar nesse artigo. Ao reconhecer e compreender a influência das emoções, do ego, do meio social e da inércia em nossas escolhas, somos capacitados a cultivar um pensamento mais eficaz, racional e livre de viés, contribuindo assim para o desenvolvimento pessoal e profissional.
Quais padrões comportamentais que mais impedem o seu desenvolvimento profissional?
O Padrão das Emoções enfoca a influência significativa que as emoções exercem sobre nossas decisões. O autor destaca a importância de reconhecer e controlar nossas emoções ao enfrentar desafios e dilemas. Ele enfatiza a necessidade de separar o componente emocional do processo decisório racional, permitindo assim uma análise mais clara e objetiva das situações.Percebo que nesse contexto, trabalhando com o desenvolvimento de executivos, que há muita dificuldade de se expressar de forma autêntica. Pense, o quanto você já teve receio de expressar suas opiniões de maneira autêntica por acreditar que isso poderia interferir nas suas relações, na sua imagem e até no resultado de seus negócios? Como você se posiciona diante das questões que o mundo apresenta a partir do lugar que você ocupa? De que forma você equilibra o ato de expressar verdadeiramente quem você versus aquilo que o mundo espera que você seja? Ao compreender e gerenciar as emoções, somos capazes nos apresentarmos de forma autêntica, em essência, o que pode ser inclusive um grande diferencial. O autoconhecimento aqui é a base do processo, e está estreitamente relacionado à forma como funcionamos frente a um determinado tema ou situação.
O Padrão do Ego aborda a tendência natural das pessoas de se deixarem influenciar pelo desejo de preservar sua imagem, status e reputação. Shane Parrish destaca a importância de superar o ego ao tomar decisões importantes, pois o excesso de preocupação com a própria imagem pode prejudicar a capacidade de considerar objetivamente todas as opções disponíveis.
Observo que esse assunto aflora bastante quando lido com executivos 50+ nas organizações. O tema abre uma reflexão especial sobre o conceito de etarismo atual. Não faz muito tempo tive a oportunidade de ler uma notícia de jornal dos anos de 1930 informando que um acidente de trânsito havia vitimado uma “idosa” de 43 anos. Sim, uma senhora! Mas hoje, ter 50 anos de idade é bastante diferente daquela época. O avanço da medicina, o estilo de vida e outros fatores fazem com que tudo isso seja extremamente relativo. O padrão do ego pode intensificar o etarismo (preconceito relacionado à idade) com a supervalorização de experiências próprias ou com o medo de estar aberto e reconhecer que pode aprender com o novo. Isso afeta diversas pessoas, rompe diálogos construtivos tem total relação com o padrão do ego. Como estamos lidando com isso? Ao reconhecer e minimizar a influência do ego, podemos adotar uma postura mais humilde e aberta a diferentes pontos de vista - que pode ser enriquecedor.
O Padrão Social refere-se à influência do ambiente e das interações sociais na formação de nossas crenças e decisões. O livro destaca a importância de questionar e desafiar as normas sociais e as opiniões predominantes, a fim de desenvolver um pensamento crítico independente e autêntico. Ao analisar de forma objetiva as influências externas, somos capazes de discernir entre informações relevantes e irreais, evitando assumir cegamente as crenças ou valores da maioria. Esse tema é bastante presente quando faço abordagens sobre diversidade e inclusão. A incompreensão sobre esse assunto faz com que indivíduos e organizações não consigam notar o verdadeiro potencial da diversidade e consequentemente não lidarem com a inclusão do modo mais adequado. Os preconceitos implícitos e a discriminação podem sim influenciar as interações entre os colegas e afetar a forma como as pessoas são tratadas com base em características como gênero, raça ou origem étnica. Promover a diversidade e a inclusão no ambiente de trabalho é fundamental e pode acarretar resultados extraordinários. Reflita, como você lida com o seu padrão mental sobre esse assunto? De forma acha que pode agregar?
Por fim, o Padrão da Inércia se refere a tendência humana de permanecer na ‘zona de conforto’ e resistir a mudanças ou novos desafios. Pensamento Eficaz ressalta a importância de superar a inércia mental e buscar constantemente novos conhecimentos e experiências, a fim de expandir a mente e estimular o pensamento criativo e inovador. Ao desafiar a inércia e sair da zona de conforto, somos capazes de estimular o crescimento pessoal e profissional, desenvolvendo habilidades e perspectivas que nos permitem lidar com eficácia com os desafios do mundo em constante mudança. A busca contínua pela aprendizagem e autoaperfeiçoamento é essencial para promover um pensamento eficaz e adaptável às transformações do ambiente. Quando uma pessoa está presa à ‘normose’, ela tende a seguir cegamente as expectativas e pressões sociais, moldando seu comportamento, valores e crenças de acordo com o que é considerado "normal" ou "aceitável" pela maioria. Eu percebo em executive coaching que em determinado tempo de carreira o executivo perde a coragem ou se entrega ao desanimo, seguindo um padrão frequentemente relatado. A falta de coragem é fruto, quase sempre, do enquadramento no padrão comportamental presente.
Qual dos padrões mentais que mencionei no artigo você precisa desenvolver para atingir uma carreira mais prospera e adequada aos seus valores?
Se deseja ter apoio de Coach profissional ou supervisão para se desenvolver e amadurecer neste tema, entre em contato: jorge.dornelles.oliveira@ggnconsultoria.com.br Whats app (11) 97675.3380
Jorge Dornelles de Oliveira
Dezembro de 2024
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