Como lidar com as diversas transições de carreira ao longo da vida?
- jorgedoliveira

- 2 de jul.
- 5 min de leitura
A partir dos 40 anos, muitas pessoas alcançam um nível de maturidade pessoal e profissional que desperta questionamentos profundos sobre suas escolhas de vida. É uma fase marcada por reavaliações como valores, prioridades e o grau de satisfação com a carreira atual entra em pauta. Entretanto, o acúmulo de experiências e competências amplia o olhar para novas possibilidades, enquanto a percepção do tempo se torna mais nítida, incentivando a busca por um propósito mais verdadeiro e alinhado aos próprios ideais. Esse processo reflexivo, muitas vezes inevitável, desperta o desejo de recomeçar em uma nova área mais significativa e realizadora. Mas quando esse momento chega, o que considerar? E, afinal, por onde começar uma transição profissional?
Existem diversas razões que estimulam a transição de uma carreira profissional. Os principais motivos, no geral, envolvem insatisfação com o trabalho atual, falta de propósito ou sentido no que fazem, desejo de maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional, busca por melhores condições financeiras, ambientes tóxicos ou desgastantes, além de mudanças internas como o amadurecimento, a descoberta de novas paixões ou a vontade de alinhar a carreira aos próprios valores. Também pesam fatores externos, como demissões, transformações no mercado de trabalho e avanços tecnológicos que tornam certas funções obsoletas, exigindo reinvenção e adaptação contínua.
A reinvenção profissional é mais comum de acontecer na maturidade, embora não seja regra. De toda a forma, é sempre desafiadora e revela-se um imperativo existencial que transcende a mera necessidade econômica. Estudos em psicologia do desenvolvimento apontam que a busca por significado e propósito se torna progressivamente central conforme avançamos em idade, demandando realinhamentos de carreira que ressoem com nossos valores essenciais. Ao abraçar novos desafios cognitivos, seja através da aquisição de competências novas ou da exploração de campos desconhecidos, não apenas preservamos nossa vitalidade mental, mas cultivamos um senso de autoatualização que alimenta nossa existência em múltiplas dimensões.
Até o início deste século, a vida seguia um roteiro social bem definido: estudar, escolher uma profissão tradicional como engenharia, medicina ou direito, garantir um emprego estável (de preferência no serviço público), comprar casa, carro e telefone (que chegou a ser declarado no Imposto de Renda), aposentar e, só então, aproveitar a vida. Esse modelo, porém, foi drasticamente alterado por mudanças aceleradas e profundas. Vivemos mais, mas a saúde tornou-se mais cara, a pirâmide populacional se inverteu, e mesmo os avanços da IA que prometem assumir as tarefas mais tediosas, como previsto por futuristas como David Houle, não resolveram um dilema central: aposentar-se e desfrutar a vida por 30, 40 ou 50 anos. Isso se tornou algo inviável.
Dessa forma, a transição profissional excede sua função pragmática inicial para se tornar um sofisticado projeto de desenvolvimento humano integral, no qual a coragem de se reinventar emerge como o mais genuíno ato de auto renovação. Mais do que uma mera mudança de função, esse processo representa a reafirmação da capacidade humana de evolução contínua, demonstração significativa de que é possível renascer profissionalmente sem abandonar a essência construída, mas sim expandi-la para novas dimensões de realização. Nesse movimento transformador, cada habilidade transferida e cada novo conhecimento adquirido tornam-se pontes entre a sabedoria da experiência e o potencial do futuro, configurando um dos mais ricos processos de transformação pessoal na vida adulta.
Quais barreiras internas e externas estão limitando sua capacidade de efetivar essa transformação profissional?
A reinvenção profissional não deve ser encarada como a representação do fracasso, mas sim como a coragem de abraçar transformações necessárias. Nesse contexto, o Coaching Executivo surge como ferramenta estratégica que auxilia profissionais maduros a transcenderem a esfera técnica para explorar questões fundamentais como propósito, identidade e legado. Ao fortalecer aspectos como a autodeterminação, o processo estimula a motivação genuína e harmoniza valores pessoais com metas profissionais. Simultaneamente, desmonta crenças limitantes e ressignifica experiências passadas que permitem a construção de uma carreira mais autêntica e alinhada. Essa jornada vai além da mudança superficial podendo revelar insights profundos sobre o verdadeiro significado da prosperidade que cada indivíduo carrega. Transformar-se profissionalmente é, em essência, materializar novas realidades através de ação consciente.

Por que a transformação mais profunda em nossas vidas geralmente chega por volta dos 40 anos, trazendo consigo a crise de autenticidade e a necessidade urgente de alinhar quem somos com o que fazemos?
Aos 40 anos, costuma surgir a grande virada marcada pela crise de autenticidade e pela busca de alinhamento entre vida pessoal e profissional. Essa transição, que antes era um evento único, agora se repetirá várias vezes, abrindo espaço para múltiplas carreiras e a possibilidade de, finalmente, trabalhar com o que realmente traz prazer. O que para a Geração Z parece um desafio (quase arrogante) de "trabalhar apenas com propósito" foi, na verdade, uma conquista dolorosa das Gerações X e Y, que pavimentaram o caminho para essa flexibilidade. O futuro será feito de reinvenções, onde a única constante será a necessidade de se adaptar e encontrar sentido no que se faz.
O arquétipo do sábio, segundo a teoria de Carl Jung, representa a busca pela verdade e sabedoria, através do conhecimento e da análise. Segundo Jung, esse arquétipo é aquele que melhor representa a maturidade, simbolizando a busca por conhecimento profundo, autoconhecimento e a integração das experiências vividas. Assim, na transição de carreira após os 40 anos, esse arquétipo se manifesta quando o profissional deixa de agir por impulso ou necessidade imediata e passa a fazer escolhas apuradas com sua individualidade e sabedoria acumulada. O Sábio não teme a mudança, pois enxerga nela uma oportunidade de crescimento e legado, não apenas uma questão prática. Ele ainda questiona padrões estabelecidos, revisa crenças limitantes e usa sua bagagem para construir novos caminhos com consciência.
Nessa fase, a transição deixa de ser uma ruptura e se torna uma evolução natural em que competências técnicas se unem à maturidade emocional para criar uma carreira com propósito. O processo de coaching, nesse contexto, facilita a compreensão desse arquétipo ao ajudar o profissional a organizar suas experiências, transformando esse conteúdo rico e único em alicerces para uma nova jornada. A maturidade não é um limite, mas a base para reinvenções mais autênticas e significativas. Por essa razão, e não por acaso, o arquétipo do sábio tem características marcantes como a busca pela verdade, a valorização do conhecimento, experiência e autoridade; análise e reflexão, independência e autonomia e o compartilhamento de conhecimento.
Quais novas habilidades você desenvolveu nos últimos anos que podem impulsionar sua transição de carreira?
Para saber se as habilidades que você desenvolveu podem ajudar na transição da sua carreira, o primeiro passo é ter clareza sobre a nova área ou função que deseja seguir. Pesquise quais competências são valorizadas nesse novo caminho e compare com as que você já possui. Muitas vezes, habilidades consideradas “transferíveis” como comunicação, liderança, resolução de problemas ou pensamento estratégico são altamente valorizadas em diferentes contextos. Reflita também sobre experiências passadas que demonstram essas competências na prática. Conversar com profissionais da área pode trazer informações valiosas para encorajá-lo. Além disso, avalie se suas habilidades estão atualizadas e se há lacunas que precisam ser preenchidas com cursos ou experiências complementares. O autoconhecimento e a análise estratégica do mercado são chaves.
Por fim, reforço que a maturidade traz uma perspectiva única que nenhuma outra fase da vida oferece que é a capacidade de olhar para si e para o mundo com mais clareza, equilíbrio e profundidade. Nessa etapa estamos aptos a tomar decisões mais conscientes, baseadas em valores sólidos e não apenas em impulsos. O desenvolvimento da maturidade, vem a aceitação das próprias limitações e a valorização do que realmente importa. Também proporciona resiliência diante dos desafios, sabedoria para lidar com incertezas e discernimento para fazer escolhas conscientes. É a soma da experiência com a capacidade de síntese emocional. Nada substitui esse olhar sereno e assertivo que só o tempo oferece nesse processo.
Eu sou Jorge Dornelles de Oliveira. Tenho mais de 25 anos de experiência em coaching e mais de 7.000 horas dedicadas a ajudar pessoas a fazerem transições de carreira e a lidarem com suas questões mais profundas. Meu compromisso é fazer com que o seu processo de desenvolvimento seja verdadeiramente singular. Se você pretende lidar melhor com esse tema, me chama no WhatsApp (11) 97675.3380 e vamos conversar.
Jorge Dornelles de Oliveira
Julho de 2025





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