Como as organizações estão se preparando para atuar no futuro? Qual será o papel dos CEOs e dos executivos C-level para transformar a chegada desse momento em oportunidade? Aliás, de que forma perceber que esse momento chegou? Será que é a hora de pensar a respeito do futuro? A chegada da inteligência artificial vai mesmo substituir os humanos em pouco tempo? Você está pronto para encarar o seu próprio futuro?
O que você está fazendo para fazer a diferença?
São muitas as perguntas em torno do futuro das organizações e dos modelos de atuação corporativo que devem prevalecer nos próximos anos e até na próxima década. Muitas dessas teorias que foram colocadas recentemente são pura especulação, contudo, existe uma boa parcela de estudos e de pensadores (futuristas inclusive) que estão bem atentos no conjunto de atributos que podem indicar o mapa do tesouro nesse sentido. Pensando nisso, resolvi escrever nesse artigo um compilado de ideias que desde agora podem ajudá-lo a entender o comportamento do mundo corporativo e trazer boas reflexões a respeito.
Um dos principais aspectos que devem marcar esses novos tempos e preparar terreno para uma organização sólida no futuro, sem dúvida alguma, passa pela questão da diversidade. Esse tema do qual eu tanto tenho falado não é mais um mero produto do marketing para afirmar a empresa diante de suas responsabilidades. As questões mais recentes sobre a pluralidade da diversidade estão voltadas para a diversidade de pensamento (que inclui diferenças em pessoas com capacidades, estilos, habilidades e personalidades diferentes em um ambiente).
Embora pareça algo menos complexo de desenvolver dentro das organizações, envolve nossos padrões e reações instintivas ao lidar com formas de pensar diferentes. Diversidade é um diferencial competitivo hoje e deve seguir cada vez mais em alta, pois existe uma energia transformadora que acontece na diversidade. Quando essa energia é colocada a benefício da organização ela colabora para que as empresas atinjam melhores resultados. Isso é o que as empresas querem de fato. Todavia, diferentes formas de ser e de pensar precisam ser expressas livremente. Como você pensa os impactos da diversidade dentro da sua organização? Você tem trabalhado esse tema no seu desenvolvimento pessoa?
Outro indicador importante para as empresas olharem quando o assunto é planejar o próprio futuro são os times, as equipes de trabalho. Para os executivos nos diversos níveis é sempre um grande desafio perceber quais são os caminhos e as possibilidades que se apresentam para a continuidade da vida sustentável das organizações. Se pensarmos que a estratégia da organização acontece independentemente de ela ter sido planejada temos a evidência genuína de que a organização está em movimento, saiba você ou não a direção que ela toma, fica evidente que é necessário olhar e perceber o funcionamento dos times.
Olhar para o funcionamento dos grupos ou times é hoje uma necessidade estratégica e fundamental para as organizações se moverem. Por meio do que acontece nessas pequenas células é que se definem todas as grandes mudanças e se superam os grandes entraves que se desenrolam. Os times hoje representam na verdade os reais centros de poder; e por meio do impacto que causam dentro do sistema (stakeholders) eles determinam no curto, médio e longo prazo o que a organização pode ser.
De acordo com Marshal Goldsmith, economista e autor do livro The Organization of the Future, 1996 (A Organização do Futuro), as organizações do futuro nutrirão o aprendizado contínuo: para os funcionários, para mantê-los "empregáveis", assim como para a própria organização, para mantê-la em evolução. As organizações serão diversificadas, aproveitando um pool de talentos muito mais amplo do que tradicionalmente. E as organizações serão flexíveis, talvez até fungíveis, mudando de forma para responder às mudanças no ambiente externo. Isso é tudo que os times podem fazer quando trabalhados no sentido do seu desenvolvimento e sinergia. De que forma você tem alinhado os ideais da sua empresa com o movimento dos times?
Saber lidar com o seu próprio desenvolvimento é uma habilidade indispensável. Mas, quando mentalizamos o futuro das organizações é preciso entender que a atuação se acontece em mais de uma dimensão. Hoje lidamos com o mundo VUCA (volatility, uncertainty, complexity, ambiguity). A dificuldade dos CEOs nesse momento é a de tentar compreender como vai se configurar o futuro das organizações e como separar a vida real da vida virtual sem perder o feeling que emerge da cultura interna e que é fundamental para orientar o desenvolvimento da empresa. Como se preparar para atuar no futuro quando ele parece ser tão indefinido? De que forma atender as expectativas de abordar temas tão sensíveis que são inerentes a essa posição? Como perceber o futuro que você está ajudando a criar a partir das estratégias que você propõe?
Segundo o escritor e futurista americano David Houle, autor do livro The Shift Age (A Era da Mudança, 2007), essa transformação esperada indica que a forma de desenvolvimento do futuro não virá a partir de máquinas, ferramentas ou tecnologias. “A Era da Mudança será definida por nosso próprio poder de escolha. Não há como voltar para a forma como as coisas eram. Estamos passando por um grande colapso do pensamento, erodindo muitas das estruturas de pensamento que definiram os últimos duzentos anos da humanidade. A Era da Mudança será identificada por essas características e essas forças moldarão nossas vidas pelas próximas décadas”.
Com isso quero dizer que nas minhas experiências em processos de Executive Coach, tradicionalmente eu trabalho temas que normalmente o cliente gostaria de atingir ou desenvolver, que surgem normalmente a partir dos feedbacks e feedforwards que ele recebe. São os targets de desenvolvimento. Da mesma forma, as questões enfrentadas não são apenas as problemáticas convencionais de uma posição que blinda ao máximo expor sua vulnerabilidade. É esperado também que você lide com assuntos da diversidade, da igualdade, da equidade, das posições e visões de mundo. Temas que nem mesmo a sociedade possui uma diretriz delineada, hoje fazem parte da sua responsabilidade e do futuro que está sendo construído e passa por suas decisões. O quanto você está preparado para lidar com esses temas?
Uma organização que não olha para essas questões com tanta seriedade e não se planeja pode correr o sério risco de desaparecer em pouco tempo. Um exemplo que recentemente foi observado é a Tupperware, empresa americana de potes de plástico que desde os anos de 1950 virou uma referência mundial em recipientes domésticos. Foi anunciado há algumas semanas que a organização abriu um pedido de recuperação judicial para evitar o encerramento das suas atividades. De acordo com Neil Saunders, executivo da GlobalData, empresa que ajuda organizações, governos e empresas a tomar decisões mais rápidas baseado em dados, a marca teria mais chances de se manter no mercado atualmente se há apenas 10 anos tivesse feito mudanças na sua cultura organizacional. No entanto, ela perdeu poder de inovação e inspiração para se posicionar melhor.
Tenho certeza de que no seu dia a dia você se defronta com situações complexas que podem ser muitas vezes vitais para o crescimento ou para a sobrevivência do seu negócio. Entender como acontece a intuição não é apenas algo alheio ao que um executivo deve desenvolver. O objetivo é compreender a maneira como você pode tomar melhor as suas decisões a partir do que você realmente sente e percebe. É uma forma muito objetiva de ver as experiências camufladas com o maior grau de precisão possível, afinal de contas, você terá desenvolvido a capacidade de avançar por camadas adentro antes de tomar qualquer direção. Um CEO, por exemplo ocupa uma função solitária e precisa muito da intuição para manter suas decisões. Embora possua membros para compartilhar suas reflexões, isso não é suficiente para tirá-los do distanciamento necessário para considerar suas disposições. De que forma você tem utilizado o poder da intuição para liderar, decidir e tomar decisões importantes que vão impactar o futuro?
Os CEOs com intuição e com visão ajudarão a transformar a natureza do contrato entre empregador e empregado, transformando-o de uma relação de oposição em um modelo de cooperação que beneficia a todos. Os funcionários podem ter que trabalhar mais, mas também trabalharão de forma mais inteligente para que possam manter um equilíbrio entre o trabalho e a vida em casa. Eles serão empoderados. Não é em vão que compartilhar conhecimentos é algo que deve ser trabalhado durante o processo de desenvolvimento. A organização deve criar estratégias para promover a consonância das gerações presentes no seu quadro de colaboradores. Por isso é importante conhecer os valores de cada geração e sempre compartilhar percepções para buscar pontos em comum. Saber motivar as gerações ainda ajudará você a desenvolver estratégias para motivar e engajar com sucesso os indivíduos de cada geração. Esse é um tema que certamente está conectado à perspectiva de futuro dentro das organizações. Tem tudo a ver com equilíbrio, uso de tecnologia, experiência e energia de trabalho.
Quais são os principais desafios que você ou a organização que você atua encontra quando o assunto é refletir sobre o futuro? O que sua empresa está fazendo assumir o seu lugar consolidado no futuro? Que estratégias você traçou para se desenvolver nos próximos anos?
Se você deseja saber mais sobre o assunto leia no meu blog outros artigos sobre o tema. Se deseja ter apoio de coach executivo ou team coach para se desenvolver e amadurecer neste tema, entre em contato comigo:
jorge.dornelles.oliveira@ggnconsultoria.com.br Whats app (11) 96396.995.
Jorge Dornelles de Oliveira
Abril de 2023
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