Uma coisa é herdar, outra é empreender, como já vimos anteriormente, https://www.jorgedornellesdeoliveira.com/single-post/2019/02/22/Herdar-ou-empreender-Uma-quest%C3%A3o-%C3%B3tica. Outra ainda é ocupar a cadeira de CEO e desenvolver uma interação com aqueles que criaram ou fundaram uma empresa ou uma iniciativa, dando parte de si mesmos para o seu desenvolvimento. Sim, dando parte de si mesmos?! Soa estranho?
Com certeza ao final deste artigo você terá uma perspectiva diferente de como a alma de quem funda, e mesmo de quem faz mudanças importantes, se agrega à própria iniciativa para lhe dar vida.
Uma das visões arquetípicas da criação do universo, o esoterismo cristão, traz a imagem das diversas hierarquias espirituais que contribuem para a criação do universo. Os tronos, em especial, doam sua essência para dar materialidade e vida à criação. Você deve estar pensando: mas o que isso tem a ver com negócio?
E com minha função de CEO?
Já faz algum tempo que você se sentou na cadeira, fez seu mapeamento de forças, conseguiu se sentir confortável em sua posição, e agora necessita dar início a transformações que estão esbarrando numa série de resistências não muito perceptíveis. De onde elas vêm? Você faz ideia? Vou te dar uma dica.
Que tal olhar para os fundadores? Provavelmente virá o click, afinal foram eles que doaram parte de sua alma para que seus empreendimentos pudessem ser criados. Não costumamos dizer que a empresa tem a alma do dono?
E o que acontece quando eles se afastam ou quando os executivos têm que lidar com essa energia invisível, mas poderosa?
Normalmente, o que ocorre, é que quando não existe o cuidado necessário na hora de promover mudanças, as empresas tendem a perder a sua alma e a sofrer consequências não previstas nos business plans. Enquanto CEO, você precisará levar isso em consideração se tiver que corrigir a rota ou fazer modificações estruturais.
Toda vez que você estiver propondo algo novo que vai contra o que foi idealizado anteriormente pelos fundadores, vai precisar estar atento às possíveis reações que poderão advir dessa força arquetípica que rege a empresa no dia a dia --, cujos processos constituem apenas a superfície do terreno no qual você atua.
Talvez você se dê conta de uma conexão mais profunda do que imaginou com a alma dos fundadores ou que pequenas atitudes estão esbarrando num contexto maior que você não tem nem ideia de como acessar.
Ao promover transformações é preciso ter em mente que parte do espírito dos fundadores sempre estará presente, mesmo depois que esses já houverem se retirado, por isso a necessidade de alinhar seu planejamento com essa ‘energia’ da organização.
É bem provável que, como um CEO que busca ser bem-sucedido, você também esteja fazendo um aporte significativo da sua alma diariamente. E que quando você se for, também deixe impressa a sua marca na empresa, tendo que zelar com relação à forma como irá deixar essa parte de você para trás.
Já havia pensado na cadeira do CEO com essa perspectiva?